Francisco Cleber Rodrigues
da Silva
RESUMO
O presente trabalho discute as questões relacionadas aos
grafemas homófonos consonânticos e vocálicos, como palavras que são escritas
com ch, mas têm som de x e as consoantes átonas
em situações em que se pronuncia “i”, mas se escreve “e” entre outras
questões que serão mostradas no decorrer do trabalho.
Palavras
Chaves:
grafemas, acordo, vocálicos, consonânticos, homófonos
Na nossa língua temos muitos grafemas que são homófonos que
causam dúvidas de como devem ser escritos para superarmos estas dúvidas é
importante desenvolvermos o hábito de consultar os dicionários e procurar
conhecer a origem e a história das palavras, com isso certamente teremos uma
maior segurança na hora de escrever determinada palavra que tenha grafema
homófono que nos deixe em dúvida quanto à grafia correta.
Com o
novo acordo ortográfico fica especificado a homofonia de alguns grafemas:
Dada a
homofonia existente entre certas grafemas consonânticos, tornou-se necessário
diferenciar os seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela história das
palavras. É certo que a variedade de condições em que se fixam na escrita os
grafemas consonânticos homófonos nem sempre permitem fácil diferenciação nos
casos em que se deve empregar uma letra e daqueles em que diversamente, se deve
empregar outra, ou outras e representar o mesmo som (BASE III)
Desta forma vejamos os principais casos em que
devemos fazer a distinção gráfica, conforme (Base III 1º):
CH
|
X
|
Achar,
Archote, bucha, capacho, capucho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar,
colchão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, frincha,
gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha,
penacho, rachar, sachar, tacho;
|
Ameixa,
anexim, baixei, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar,
eixo, elixir, enxofre, faixa, feixe,
madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinou, vexar, xadrez, xarope, xenofobia,
xerife, xícará.
|
Nestes
casos não percebemos regras especificas que nos ajude a identificar a grafia
correta das palavras. O caminho mais fácil é conhecer a origem das palavras e
através de consultas ao dicionário e ir aprendendo qual a grafia certa destas
palavras.
Porém
são vários os casos em que necessitamos fazer a diferenciação gráfica de
grafemas homófonos, ou seja, letras diferentes, mas com o mesmo valor fônico .
Deveremos fazer a diferenciação gráfica
entre g e j com valor de fricativa palatal de acordo com a (Base III 2º)
vejamos a tabela abaixo:
G
|
J
|
Adágio,
alfageme, álgebra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido,
almargem, alvorge, Argel, estrangeiro,
falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar,
ginete, ginja, girafa, gíria, herege, relógio, sege, Tânger, virgem;
|
Adjetivo,
ajeitar, ajeru, canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice,
jecoral, jejum, jeira, Jeová, jenipapo, jequiri, jequitibá, Jeremias, Jericó,
jerimum, Jerônimo, Jesus, jiboia, jiquipanga, jiquiró, jiquitaia, jirau,
jiriti, jitirana, laranjeira, logista, majestade, majestoso, majerico,
mucujê, pajé, pegajento, rejeitar, sujeito, trajeto.
|
Aqui também não há regras claras que nos ajudem
a saber quando devemos usar j ou g.
Vejamos
que de acordo com a (Base III, 3º) é bastante complexo distinguir graficamente
as sibilante surdas que representadas pelas letras (s, ss, c, ç, e x):
S
|
SS
|
C
|
Ç
|
X
|
Ânsia,
ascensão cansar
|
Abadessa, acossar, asseio
|
Acervo,
cebola, cereal
|
Peça,
caçula, caçula
|
Auxílio,
próximo, máximo
|
Mais uma vez não temos regras que nos posicione
quanto à grafia que deveremos utilizar.
As vogais átonas fazem
com que tenhamos dificuldades e dúvidas na hora de escrever pois a pronúncia é
de uma forma e a escrita de outra. O novo acordo ortográfico especifica alguns
pontos sobre a grafia que usa as vogais átonas, conforme a (Base V):
1º
O emprego do E e do I assim como o do O e do U em sílaba átona, regula-se
fundamentalmente pela etimologia e por particularidade da história das
palavras. Assim se estabelecem variadíssimas dúvidas grafias.
2º
Sendo muito variado as condições etimológicas e historico-fonéticas em
que se fixam graficamente E e I ou O e U em sílaba átona é evidente que só a
consulta dos vocabulários ou dicionários pode indicar , muitas vezes se deve
empregar-se “(E ou I / O ou U)”
Há todavia alguns casos em que o uso dessas vogais pode ser facilmente
sistematizado.
a)- escrevem-se com E e não com I antes da sílaba tônica /
tônica, os substantivos e adjetivos que procedem de substantivos terminados em
–ELO e –ELA ou com eles estão em relação direta. Ex: adeão, aldeola, aldeota
por aldeia; areal, areeiro, areento,
areosa por areia.
b)- escrevem com I e
não com E antes da sílaba tónica / tônica os adjetivos e substantivos derivados
em que entram os sufixos mistos de formação vernácula- I ANO e –IENSE, os quais
são o resultado da combinação dos sufixos –ANO e ENSE com um I de origem
analógica baseado em palavras onde ANO e ENSE estão precedidos de I pertencente
ao tema: horaciano, italiano, duniense, flaviense etc...
c)-
Não é lícito o emprego do U final átono em palavras de origem latina.
Escreve-se por isso: moto, em vez de mótu ( por exemplo na expressão de moto
próprio); tribo em vez de tribu ,estas regras ajudarão a saber quando se deve
usar essa ou aquela vogal.
Porém é necessário paciência e persistência
para aprender as formas corretas de grafias de palavras que utilizam as vogais
átonas (E,I,O e U) pois como já vimos as grafias se dão de variadíssimas
maneiras. Um caminho que precisa ser trilado continuamente por quem quer
aprender a correta escrita das palavras é olhar atentamente a grafia das palavras e quando tiver dúvidas
quanto à escrita de uma palavra não se privar de consultar os vocabulários, os
dicionários e outras fontes que possam nos ajudar a esclarecer melhor as dúvidas. Assim
seguramente aumentamos o nosso conhecimento vocabular e conhecemos a escrita
correta das palavras pesquisadas, por isso é necessário coragem e paciência por
que é uma aprendizagem gradual e lenta.
Referências
Bibliográficas
MARTINS, Vicente.
Ortografia e o Ensino do Português. Sobral 2008
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