domingo, 10 de novembro de 2013

A QUESTÃO DOS GRAFEMAS VOCÁLICOS E CONSONÂNTICAS NO ACORDO ORTOGRÁFICO



Francisco Cleber Rodrigues da Silva



RESUMO

O presente trabalho discute as questões relacionadas aos grafemas homófonos consonânticos e vocálicos, como palavras que são escritas com ch, mas têm som de x e as consoantes átonas  em situações em que se pronuncia “i”, mas se escreve “e” entre outras questões que serão mostradas no decorrer do trabalho.

Palavras Chaves:

grafemas, acordo, vocálicos, consonânticos, homófonos


Na nossa língua temos muitos grafemas que são homófonos que causam dúvidas de como devem ser escritos para superarmos estas dúvidas é importante desenvolvermos o hábito de consultar os dicionários e procurar conhecer a origem e a história das palavras, com isso certamente teremos uma maior segurança na hora de escrever determinada palavra que tenha grafema homófono que nos deixe em dúvida quanto à grafia correta.
 Com o novo acordo ortográfico fica especificado a homofonia de alguns grafemas:
Dada a homofonia existente entre certas grafemas consonânticos, tornou-se necessário diferenciar os seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela história das palavras. É certo que a variedade de condições em que se fixam na escrita os grafemas consonânticos homófonos nem sempre permitem fácil diferenciação nos casos em que se deve empregar uma letra e daqueles em que diversamente, se deve empregar outra, ou outras e representar o mesmo som (BASE III)

 Desta forma vejamos os principais casos em que devemos fazer a distinção gráfica, conforme (Base III 1º):

CH

X

Achar, Archote, bucha, capacho, capucho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar, colchão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, frincha, gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, penacho, rachar, sachar, tacho;
Ameixa, anexim, baixei, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar, eixo,  elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinou, vexar, xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xícará.

Nestes casos não percebemos regras especificas que nos ajude a identificar a grafia correta das palavras. O caminho mais fácil é conhecer a origem das palavras e através de consultas ao dicionário e ir aprendendo qual a grafia certa destas palavras.
Porém são vários os casos em que necessitamos fazer a diferenciação gráfica de grafemas homófonos, ou seja, letras diferentes, mas com o mesmo valor fônico . Deveremos fazer a diferenciação  gráfica entre g e j com valor de fricativa palatal de acordo com a (Base III 2º) vejamos a tabela abaixo:

G
J
Adágio, alfageme, álgebra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido, almargem,  alvorge, Argel, estrangeiro, falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete, ginja, girafa, gíria, herege, relógio, sege, Tânger, virgem;
Adjetivo, ajeitar, ajeru, canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jecoral, jejum, jeira, Jeová, jenipapo, jequiri, jequitibá, Jeremias, Jericó, jerimum, Jerônimo, Jesus, jiboia, jiquipanga, jiquiró, jiquitaia, jirau, jiriti, jitirana, laranjeira, logista, majestade, majestoso, majerico, mucujê, pajé, pegajento, rejeitar, sujeito, trajeto.

Aqui também não há regras claras que nos ajudem a saber quando devemos usar j ou g.
Vejamos que de acordo com a (Base III, 3º) é bastante complexo distinguir graficamente as sibilante surdas que representadas pelas letras (s, ss, c, ç, e x):
S
SS
C
Ç
X
Ânsia, ascensão cansar
Abadessa, acossar, asseio
Acervo, cebola, cereal
Peça, caçula, caçula
Auxílio, próximo, máximo

Mais uma vez não temos regras que nos posicione quanto à grafia que deveremos utilizar.

As vogais átonas fazem com que tenhamos dificuldades e dúvidas na hora de escrever pois a pronúncia é de uma forma e a escrita de outra. O novo acordo ortográfico especifica alguns pontos sobre a grafia que usa as vogais átonas, conforme a (Base V):

1º O emprego do E e do I assim como o do O e do U em sílaba átona, regula-se fundamentalmente pela etimologia e por particularidade da história das palavras. Assim se estabelecem variadíssimas dúvidas grafias.
 2º  Sendo muito variado as condições etimológicas e historico-fonéticas em que se fixam graficamente E e I ou O e U em sílaba átona é evidente que só a consulta dos vocabulários ou dicionários pode indicar , muitas vezes se deve empregar-se “(E ou I  /  O ou U)”  Há todavia alguns casos em que o uso dessas vogais pode ser facilmente sistematizado.
a)- escrevem-se com E e não com I antes da sílaba tônica / tônica, os substantivos e adjetivos que procedem de substantivos terminados em –ELO e –ELA ou com eles estão em relação direta. Ex: adeão, aldeola, aldeota por aldeia; areal, areeiro, areento,  areosa por areia.
b)- escrevem com I e não com E antes da sílaba tónica / tônica os adjetivos e substantivos derivados em que entram os sufixos mistos de formação vernácula- I ANO e –IENSE, os quais são o resultado da combinação dos sufixos –ANO e ENSE com um I de origem analógica baseado em palavras onde ANO e ENSE estão precedidos de I pertencente ao tema: horaciano, italiano, duniense, flaviense etc...
c)- Não é lícito o emprego do U final átono em palavras de origem latina. Escreve-se por isso: moto, em vez de mótu ( por exemplo na expressão de moto próprio); tribo em vez de tribu ,estas regras ajudarão a saber quando se deve usar essa ou aquela vogal.

 Porém é necessário paciência e persistência para aprender as formas corretas de grafias de palavras que utilizam as vogais átonas (E,I,O e U) pois como já vimos as grafias se dão de variadíssimas maneiras. Um caminho que precisa ser trilado continuamente por quem quer aprender a correta escrita das palavras é olhar atentamente  a grafia das palavras e quando tiver dúvidas quanto à escrita de uma palavra não se privar de consultar os vocabulários, os dicionários e outras fontes que possam nos ajudar  a esclarecer melhor as dúvidas. Assim seguramente aumentamos o nosso conhecimento vocabular e conhecemos a escrita correta das palavras pesquisadas, por isso é necessário coragem e paciência por que é uma aprendizagem gradual e lenta.

Referências Bibliográficas

MARTINS, Vicente. Ortografia e o Ensino do Português. Sobral 2008

                                       

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