domingo, 10 de novembro de 2013

A QUESTÃO DOS GRAFEMAS VOCÁLICOS E CONSONÂNTICOS NO ACORDO ORTOGRÁFICO[1]



Margarida Pontes Timbó*


RESUMO:
Este trabalho tem como objetivo tecer algumas considerações sobre a língua portuguesa desde seu estabelecimento como idioma oficial do Brasil, apresentando informações pertinentes sobre o Novo Acordo Ortográfico, o qual procura unificar a escrita do português entre os países integrantes da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). Para tanto, o corpus deste artigo está dividido em tópicos e subtópicos cuja finalidade pretende facilitar a compreensão leitora acerca do assunto focado. Além disso, aborda a ocorrência dos grafemas vocálicos e consonânticos, a partir do Novo Acordo Ortográfico. O trabalho baseia-se em pesquisa teórico-bibliográfica, coleta de dados a partir de meios eletrônicos, como internet e outras fontes afins, bem como revistas que tratam temática com seriedade. Espera-se que este texto possa auxiliar em pesquisas sobre a nova ortografia da língua portuguesa, bem como sirva de fonte bibliográfica para pesquisas futuras na área.

PALAVRAS-CHAVE: Acordo Ortográfico. Língua Portuguesa. Grafemas.

1. A língua que une e separa Brasil e Portugal

             Compreende-se que as diferenças entre o português falado em Portugal e os falares brasileiros serão sempre motivos para discussões intermináveis. A oposição entre ambos os registros pode ser bem exemplificada como a idéia transmitida no filme Caramuru (2000), do cineasta brasileiro, Guel Arraes. Neste filme, Diogo Álvares, o Caramuru, dialoga com a índia Paraguaçu de forma bastante gritante, devido ao choque cultural de ambos, já que o mesmo apresenta o confronto entre o tupi e o português.
            No início da colonização portuguesa no Brasil, o tupi-guarani foi usado como língua geral da colônia, ao lado do português, principalmente graças aos padres jesuítas que haviam difundido a língua. Após a proibição da utilização do tupi em 1757, com a Provisão Real**, o português fixou-se definitivamente como idioma do Brasil, em meados de 1759. Em contrapartida, muitas palavras do tupi permaneceram no idioma brasileiro. Além disso, das línguas indígenas, o português herdou palavras relacionadas à flora e a fauna, bem como alguns nomes próprios e geográficos. Por conseguinte, o fluxo de escravos trazidos da África, contribuiu para que a língua falada na colônia recebesse novas influências.  
            Assim ocorreram os primeiros afastamentos entre o português europeu e o brasileiro. Um novo afastamento entre ambos idiomas se deu quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português (principalmente por influência francesa) durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, à maneira de pronunciar da época da descoberta. No entanto, uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades. Com a Independência de 1822, o português falado no Brasil sofreu influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu.
            Assim, no século XX, à distância entre as variantes européia e brasileira do português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimento unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países. Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início do século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura conquistada pelos modernistas consagrou literariamente a norma brasileira.
            Conforme Machado (2006, p.44), [...] o que se pode dizer sem erro, no entanto, é que é uma só língua, mas há o português de Portugal e o do Brasil – o mesmo idioma com suas diferenças, que tendem a aumentar, apesar da tentativa de unificação [...].
            Certamente, a fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da portuguesa, o que surpreende em se tratando de um país tão vasto. A comparação das variedades dialetais brasileiras com as portuguesas leva à conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em algum dialeto do Brasil. A insuficiência de informações rigorosamente científicas e completas sobre as diferenças que separam as variedades regionais existentes no Brasil não permite classificá-las em bases semelhantes às que foram adotadas na classificação dos dialetos do português europeu. Portanto, o que dizer sobre o novo acordo ortográfico, será que ele de fato, unifica o idioma em sua totalidade?

2. O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
           
            Desde 1986, o português é uma das línguas oficiais da União Européia, quando se deu a admissão de Portugal na instituição. Em razão dos acordos do Mercosul, do qual o Brasil faz parte, o português é ensinado como língua estrangeira nos demais países participam do grupo. Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na qual reúne os países que apresentam o português como língua oficial. Seu propósito aumentar a cooperação e o intercâmbio cultural entre os países membros, bem como uniformizar e difundir a língua portuguesa.
            Muitas polêmicas foram criadas em relação ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Acredita-se que ele tenha o objetivo precípuo de unificar a língua portuguesa. No entanto, conforme explica o coordenador dos estudos de Lexicografia e Lexicologia da Academia Brasileira de Letras (ABL), Evanildo Bechara, um dos responsáveis pela elaboração do VOLP, “a reforma ortográfica não é uma reforma da língua, mas sim na língua portuguesa”. Tal estudioso salienta ainda: "O acordo é somente ortográfico, ele não é um acordo de unificação da língua, de modo que as características linguísticas continuam, as fonéticas não vão mudar” [2].
            Destarte, o filólogo ressalta que apenas a expressão escrita deverá ser uniformizada para os oito países lusófonos signatários do acordo, a saber: Portugal, Guiné Bissau, Angola, Moçambique, São Tomé, Príncipe, Cabo Verde e Timor Leste. Assim sendo, os entraves da vigência de duas ortografias oficiais, a do Brasil e de Portugal, deverão ser eliminados, facilitando assim, a possível difusão internacional do idioma. Criar uma só ortografia para a língua portuguesa, certamente, é uma tentativa ousada de se estabelecer status político-social ao idioma. Além disso, o idioma tende a atingir maturidade lingüística e política. A partir daí, quem sabe, finalmente se possa chegar a uma escrita única.
            Entende-se que de certo modo o Acordo não está tão complicado o quanto se imaginava, haja vista as regras não trazerem tantas dificuldades à escrita brasileira, mas sim, acabam por facilitar a vida daqueles que falam o idioma. As mudanças mais significativas na ortografia alteram a acentuação de algumas palavras, bem como extingue o uso do trema e sistematiza a utilização do hífen.
            Dessa forma, as transformações no Acordo ocorrem, especificamente, em dois aspectos fundamentais: o que corresponde à acentuação tônica e o emprego do hífen (no qual sempre foi de difícil aceitação tanto em Portugal quanto no Brasil). Apesar dos argumentos favoráveis ao Acordo, duas fantasias giram em torno do mesmo, a primeira já discutida neste texto, na qual diz respeito à unificação da língua, e a segunda, assevera que tal fato seria absolutamente importante para fazer circular os livros.
            É notório que o Acordo ortográfico não pode unificar a língua, pois a ortografia é uma pequena parte da língua. As diferenças mais profundas entre o português de Portugal e o do Brasil são gramaticais e lexicais e não ortográficas. É o mesmo que acontece, provavelmente, com as variantes africanas e timorenses da língua portuguesa. Desta forma, unificar a ortografia seria como unificar a cor dos carros, isto é, criar a falsa impressão de que todo o povo anda no mesmo automóvel. Assim, mesmo que a unificação da língua fizesse circular os livros, o Acordo Ortográfico, teria falhas prováveis, porque se entende que seja praticamente impossível unificar a língua em sua totalidade.
            De acordo com o escritor Graça Moura, o Acordo Ortográfico "serve aos interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo", em especial de Portugal, representando ainda, uma espécie de lesão inaceitável de um capital simbólico acumulado de projeção planetária.[3]
            Na verdade, o Acordo ortográfico é bastante estratégico e extremamente relevante para se produzir à visibilidade e afirmação da língua portuguesa mundialmente. Mas quais são as mudanças encontradas no Acordo que atingirão a ortografia brasileira? O novo acordo traz modificações na forma de escrita de 1,6 por cento do vocabulário utilizado em Portugal. No Brasil por sua vez, a mudança será menor, porquanto apenas 0,45 por cento das palavras terão sua grafia alterada.

3. O que muda nos grafemas vocálicos e consonânticos a partir do Novo Acordo Ortográfico?

            A nova reforma ortográfica atinge apenas 2% da escrita, deixa praticamente intactas as regras de acentuação gráfica, mas suprime o trema, simplifica as regras do hífen e elimina as consoantes mudas, por exemplo, a letra “c” de palavras como “exacto”. A seguir, será feita uma elucidação sobre algumas das transformações correspondentes a nova ortografia dos grafemas vocálicos e consonânticos.
            A título de informação didática discutem-se, primeiramente, a questão dos grafemas vocálicos. Em seguida, apresentam-se as questões relativas aos grafemas consonânticos e suas respectivas alterações ortográficas.

3.1 Grafemas vocálicos

            Os grafemas que representam os fonemas vocálicos são seis: <a>, <e>, <i, y>, <o> e <u>. Os grafemas <i> e <y> são equivalentes, embora o emprego de <y> seja de baixa freqüência, ocorrendo em palavras, como as seguintes: Sylva, sy e escrevy.
            De acordo com a reforma ortográfica, o emprego regulado do “e” e do “i”, assim como do “o” e do “u” em sílaba átona se mantém devido à etimologia e por peculiaridades das histórias das palavras. Deste modo é possível admitir a ocorrência de várias grafias na língua portuguesa, tais como: ameaça, amealhar, antecipar; lêndea, linear, limiar, lumiar, pátio, pior; abolir, assolar, névoa, nódoa, óbolo, dentre outros. Vale salientar que a consulta ao dicionário ainda é o recurso mais significativo para se retirar possíveis dúvidas quanto à grafia das palavras.
            O Novo Acordo Ortográfico indica algumas sistematizações que facilitam o trabalho com a grafia da língua. Destacam-se resumidamente abaixo as principais sistematizações referentes à BASE IV, relativa as Vogais Átonas:
a) Grafam-se com “e”, e não com “i”, antes da sílaba tónica/tônica, os substantivos e adjetivos que precedem de substantivos terminados em -eio e –eia (ou com eles tenham relação direta). Ex.: aldeão, aldeola, aldeota; areal, areeiro, areento; colmeal e colmeeiro.
b) Grafam-se com “e”, antes de vogal ou ditongo da sílaba tónica/tônica, derivados de palavras terminadas em “e” acentuado (podendo representar antigo hiato; ea, ee): galeão, galeota, galeote, de galé; coreano, de Coréia.
c) Grafam-se com “i”, e não com “e”, antes da sílaba tónica/tônica, adjetivos e substantivos derivados em que entram os sufixos mistos de formação vernácula -iano e –iense, resultados da combinação dos sufixos -ano e -ense com um “i” de origem analógica (baseado em palavras onde -ano e -ense estão precedidos de i pertencente ao tema: horaciano, italiano, duriense, flaviense, etc.): açoriano, acriano (de Acre), camoniano, goisiano (relativo a Damião de Góis).
d) Uniformizam-se com as terminações -io e -ia (átonas), em vezde -eo e -ea, os substantivos que constituem variações, obtidas por ampliação, de outros substantivos terminados em vogal: cúmio(popular), de cume; hástia, de haste.
e) Os verbos em -ear podem distinguir-se dos verbos em -iar, pela formação ou conjugação e formação ao mesmo tempo. Ex.: aldear, por aldeia; alhear, por alheio; cear, por ceia. No segundo caso estão todos os verbos que tem normalmente flexões rizotónicas/rizotônicas em -eio, -eias. Ex.: clarear, delinear, devanear, falsear, granjear. Existem ainda, os verbos em -iar, ligados a substantivos com as terminações átonas -ia ou -io, que admitem variantes na conjugação: negoceio ou negocio (cf. negócio); premeio ou premio ( cf, prémio/prêmio).
f) Torna-se ilícito o emprego do “u” final átono em palavras de origem latina. Ex.: moto, em vez de mótu; tribo, em vez de tríbu;
g) Os verbos em -oar distinguem-se dos verbos em -uar pela sua conjugação nas formas rizotónicas/rizotônicas, que têm sempre o na sílaba acentuada: abençoar com o, como abençoo, abençoas, etc.; destoar, com o, como destoo, destoas, etc.; mas acentuar, com u, como acentuo, acentuas, etc.
            Conforme estas sistematizações da Nova Reforma Ortográfica, percebe-se que as vogais átonas também tendem a admitir a possibilidade da dupla grafia, principalmente, devido à diferença de pronúncia entre Portugal e Brasil: académico/acadêmico, amazónia/amazônia, anatómico/anatômico, António/Antônio, gêmeo/gêmeo, metro/metrô, puré/purê, etc. Destarte, as vogais nasais tendem a permanecer representando a nasalidade do til, ex.: afã, Grã-Bretanha, lã, etc. Assim, os vocábulos terminados em –ã transmitem a nasalização aos advérbios terminados em mente, ex.: cristãmente, irmãmente, etc. Percebe-se ao longo do Acordo que as palavras continuam a ter basicamente as mesmas sistematizações, quando ocorrem as modificações, estas se dão para privilegiar a escrita tanto do português do Brasil quanto de Portugal. Os grafemas vocálicos demonstram uma certa flexibilidade no que tange ao uso. Os ditongos por sua vez, apresentam pertinentes mudanças que seguem o exemplo de Portugal, as palavras paroxítonas com ditongos abertos "ei" e "oi", tais como "idéia", "heróico" e "assembléia", deixam ser acentuadas. O mesmo ocorre com o "i" e o "u" precedidos de ditongos abertos, como em "feiúra". Além disso, as paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", assim sendo, os brasileiros terão que escrever "abençoo", “enjoo” e “voo”.
            Em suma, essas alterações no modo de escrever os grafemas vocálicos tendem a privilegiar as várias ocorrências do português enquanto língua estrangeira que busca reconhecimento no mundo pós-moderno.

3.2 Grafemas Consonânticos

            Os grafemas que representam os fonemas consonânticos em língua portuguesa são basicamente estes: <b>, <c>, <ç>,<cc>, <cç>, <ch>, <d>, <f>, <ff>, <g>, <gn>, <h>, <j>, <l>, <lh>, <ll>,<m>, <mm>, <n>, <nh>, <nn>, <p>; <pp>, <q>, <r>, <rr>, <s>, <ss>, <t>, <th>, <tt>, <u,v>, <x> e <z>. Conforme a nova reforma ortográfica, o emprego dos grafemas homófonos consonânticos se devem, fundamentalmente, pela história das palavras. Assim, a diferença dos grafemas homófonos se tornará uma questão de cunho cognitivo e prático. Isto é, espera-se que o produtor textual reconheça a origem da palavra e pratique seu uso para não cometer equívocos quanto à grafia.
            Neste sentido, pode-se compreender que as chamadas consoantes mudas, ou seja, aquelas que não são pronunciadas na fala, serão definitivamente abolidas. É o exemplo de palavras como "objecto" e "adopção", nas quais as letras "c" e "p" não são pronunciadas.
            Ainda assim, com o Acordo, o alfabeto passará a ter 26 letras, com a inclusão de "k", "y" e "w". Tais letras saem da “clandestinidade” e passam a fazer parte oficialmente do alfabeto da língua portuguesa. Na prática, estas letras já são utilizadas em nomes próprios, como por exemplo, Wesley ou Walter, e ainda, em diversos termos estrangeiros de placas e anúncios publicitários como "delivery". A inclusão no alfabeto, no entanto, não vai alterar o status das três letras, que continuarão a ser utilizadas apenas em palavras estrangeiras, seus derivados e símbolos de unidade de medida. Portanto, a oficialização não vai acentuar o uso de palavras estrangeiras, principalmente com o uso de palavras em inglês. A utilização das referidas letras permanecerá restrita a palavras de origem estrangeira e seus derivados, como "kafka" e "kafkiano".
            Para tanto, a unificação na ortografia não será total. Pois a reforma privilegiou mais critérios fonéticos, isto é, referentes à pronúncia, em lugar de etimológicos, ligados à origem das palavras. Assim, para alguns vocábulos da língua portuguesa será admitida a dupla grafia, como foi ressaltado inclusive, com os grafemas vocálicos. Isso ocorre em algumas palavras proparoxítonas e, predominantemente, em paroxítonas cuja entonação entre brasileiros e portugueses é diferente, com inflexão mais aberta ou fechada. Enquanto no Brasil as palavras são acentuadas com o acento circunflexo, em Portugal utiliza-se o acento agudo. Ambas as grafias serão aceitas, como em "fenômeno" ou "fenómeno", "tênis" e "ténis". A regra valerá ainda para algumas oxítonas. Palavras como "caratê" e "crochê" também poderão ser escritas "caraté" e "croché".
            Diante do exposto percebe-se que no Brasil as alterações da nova reforma ortográfica atingem aproximadamente 0,5% das palavras. Nos demais países, que adotam a ortografia de Portugal, o percentual é de 1,6%. Assim, o Acordo incorpora tanto características da ortografia utilizada pelos portugueses quanto pelos brasileiros. Tudo isso implica dizer que essas transformações na grafia primam por privilegiar a ortografia da língua materna e suas múltiplas ocorrências. Vale frisar que apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país. Portanto, a língua que une, também é a língua que separa estes dois povos.





4. Considerações Finais

            Apesar das críticas quanto à urgência em se implantar a nova reforma ortográfica da língua portuguesa, constatou-se com base nas pesquisas que tal intento nada mais é do que uma maneira pertinente de difundir o idioma pelo mundo.
            Cônscios de que as peculiaridades na fala prevalecem, brasileiros, lusos e africanos demonstram interesses comuns e bastante pertinentes no intuito de tornar mais acessível à grafia de certos vocábulos, sem privilegiar a escrita de um determinado país.
            Nesta perspectiva, a nova reforma ortográfica revela uma espécie de mentalidade mágica responsável pelo subdesenvolvimento dos países de língua portuguesa. Bom seria se a língua não precisasse ser unificada (mesmo que ortograficamente) para ter respaldo no mundo. A impressão que se tem é que a falta de iniciativa empresarial, de cooperação acadêmica e produção intelectual são resolvidas criando leis. Circula-se entre os meios de comunicação algumas publicações, quase sempre traduzidas, de livros sobre filosofia, história, matemática, psicologia, gramática, física, medicina, enfim. Encontram-se traduções ignaras de livros produzidos por anglófonos que não possuem leis sobre a ortografia.
            Destarte, o Novo Acordo Ortográfico deve ser tomado como um prisma para a unificação da ortografia, ao mesmo tempo em que revela fragilidades sobre um sistema político-social e cultural que busca legitimar-se a todo custo.

5. Referências

ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Lisboa, 16 de dezembro de 1990.
MACHADO, Josué. O que une e separa. In: Revista Língua Portuguesa. Ano I, nº 9, 2006.



[1]Texto elaborado a partir das Normas da ABNT para a disciplina Ortografia e o Ensino de Português.
*Estudante do Curso de Língua Portuguesa e Literatura da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.




[3] Informação retirada do site http://www.universia.pt/servicos_net/informacao/noticia.jsp?noticia=46255


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